11/06/2013

Plataformas de submissão de originais – o LitFactor


Aquilo que um candidato a autor publicado mais receia é que o seu original seja ignorado entre os outros que todos os dias inundam editoras e agentes literários. A coisa que os agentes literários e as editoras mais detestam é receber originais que não têm nada que ver com a sua linha editorial. Surge então a pertinência de uma nova plataforma digital que pretende facilitar todo este processo de conectar autores com os agentes certos – o litFactor.

A ideia é interessante e o sistema parece simples: basta o autor registar-se e começar a procurar. Se não tiver qualquer conhecimento sobre agências, pode procurar por tema, como por exemplo ficção, não-ficção, fantasia, infantil. Surge então uma lista de todas as agências que trabalham com livros de determinado género e que estão a aceitar submissões. Depois basta adicionar as agências aos seus favoritos, consultar os requisitos para envio de originais, fazer o upload da carta de apresentação e dos primeiros capítulos da obra ou a obra inteira, enviar e aguardar. Qualquer comunicação é sempre feita através do alerta de mensagens do perfil do escritor que tem possibilidade de partilhar a sua experiência com uma comunidade e de consultar uma página com recursos para escritores.

Existe um top de agentes e daqueles que estão mais ativos, ou seja, que dão mais respostas, suponho eu. Segundo uma sondagem feita no sítio, a média de tempo de espera por uma resposta tem sido de um a três meses, mas há quem seja mais célere e responda numa questão de semanas, porém o mais provável é ter de aguardar mais do que três meses. Creio que para autores que não sejam de língua inglesa, nomeadamente de língua portuguesa, as opções ainda são muito limitadas, se não inexistentes. Por curiosidade, experimentei procurar pela agência portuguesa Bookoffice e não encontrei. Se por outro lado se aventurar a escrever em inglês, pode ser um bom veículo para tentar a internacionalização.

O melhor do avanço da internet é o facto de se criarem estas plataformas, cujo objetivo é pôr alguma ordem no caos e simplificar o acesso a coisas que antes eram inacessíveis. Todavia, pode ser contraproducente, caso a gestão de processos e de expectativas não seja bem feita. Ao mesmo tempo, transforma este tipo de contactos numa espécie de linha de produção fabril, quando se tratam de obras literárias e de escritores, enfim de produção cultural. Será interessante, pois, acompanhar a evolução deste e de outros sítios do género e o impacto que terão no marcado editorial a médio e longo prazo.

Catarina Araújo

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