
HISTÓRIA UNIVERSAL DA PULHICE HUMANA, Vilhena
E-Primatur, 17,90€
Editor: Hugo Xavier
Capa: José Vilhena / Design: Paper Talk
Produção: Papelmunde
Às coisas que são boas convém não mudar, para não
estragar. Foi assim que se re-publicou a “História Universal da Pulhice Humana
– edição completa, integral e nunca censurada dos três volume originais:
Pré-história / O Egipto / Os Judeus”. Versão facsimilada, procurou manter a
mancha e layout originais dos livros ilustrados, incluindo uma mesma opção similar
de papel, com aquele contraste e sujidade típicos, mas obtendo uma qualidade
surpreendente em termos de opacidade.
De um ponto de vista editorial, nada há a registar,
pois a obra surge-nos como Vilhena a pôs no mundo, sendo de apreciar o cuidado
da E-Primatur com as guardas ilustradas e o facto de ter optado por coligir a
obra em cartonado com transfil e fitilho, algo inesperado numa obra de Vilhena,
mas que calculo que o próprio teria gostado de fazer, se assim lhe tivesse sido
permitido.
Pessoalmente gostaria que a autobiografia, a
introdução e as folhas de rosto tivessem mantido uma linha gráfica similar ao
resto do livro, optando-se pela mesma fonte, apesar de compreender que a
editora terá pretendido manter o seu registo habitual e fazer a diferença entre
facsímile e conteúdos novos de forma clara e inteligível.
A produção não tem problemas a registar, excepto um
ligeiríssimo desacerto na guilhotinagem da guarda (algo que deverá apenas
ocorrer em alguns dos livros), o que é mesmo uma coisa de picuinhas e não
interessa a ninguém.
Acima de tudo, este livro presta um serviço público a
uma das mais interessantes personagens do século XX português, um autor,
ilustrador, e editor com todas as letras a que tem direito, que influenciou
toda uma estética de humor e de ilustração e que vê, neste livro, uma muito,
mas mesmo muito justa homenagem.
Deixo igualmente a nota que esta é uma crítica
especial. Desde logo porque critico uma obra de um colega não só de profissão,
mas também de blog, o que fará com que ele possa ir lá apagar o post caso não
goste, para além de me colocar a jeito para vir ele criticar os meus.
Nuno Seabra Lopes, editor e consultor editorial
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