4/24/2013

Cuidado, atenção, é permitido olhar para o lado: perigo de explosão

Random house, inc. (para nos irmos preparando para o futuro...)

Na véspera do 25 Abril, nada melhor do que falar deste assunto.

Se aparentemente não estamos casados, a verdade é que a união económica com Espanha é «de facto». Crise lá é crise cá e tudo o que por aquela casa se passa tem inevitavelmente passado para cá, com tudo o que de ventos e coisa e tal os nossos avós disseram.

Tudo isto para falar das recentes revoluções ocorridas no mundo editorial espanhol, onde os problemas da dívida (neste caso não pública, mas privada) têm levado a uma nova «refundação» da estrutura de concentração dos grupos editoriais em Espanha.

Depois da Bertelsmann (recém-fundida com a Penguin para criar o maior grupo do mundo) ter adquirido a parte da Mondadori no negócio hispano-falante, chegou a vez do desmembrar o grupo Prisa /Santillana, a braços com mais de 3.000 milhões de euros de dívida a curto prazo. O resultado foi a venda do braço de edições gerais (infantojuvenil excluído) ao gigante alemão. Alfaguara, Objectiva (do Top 5 brasileiro), Aguillar e restantes marcas passam agora para a alçada da já enorme Random House que passará a ser, também, o novo gigante da literatura no mercado hispano-falante, a par com a Planeta.

Problemas internos à parte (como ficarão as editoras gerais do grupo Santillana em Portugal [Objectiva, Alfaguarra, Suma de Letras], onde a RH já não tem estrutura montada?), este poderá ser um aviso à navegação.

Com a crise a caminhar assim, até quando é que estruturas como o Grupo LeYa resistirão à nova investida dos mega-grupos (ou dos seus antecessores, os fundos de investimento)? Com um pé cá e outro no Brasil, este poderá ser apenas uma aperitivo para quem queira concentrar as edições gerais do mundo ibero-americano, tanto que a LeYa já representa em Portugal muitos dos autores desse grupo.

Nuno Seabra Lopes

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